Fonte da espiritualidade Canossiana é “o Amor Maior” – Cristo Crucificado, expressão perfeita do Amor ao Pai e aos irmãos. Santa Madalena de Canossa experimenta este Amor quando, em um de seus retiros, se deparou com a expressão do livro do Êxodo 25,40 “Inspice et fac secundum exemplar” (Contemple e faça segundo o modelo).
Esta inspiração tornou claro aquele caminho que desde cedo estava procurando quando por duas vezes entrou em um mosteiro das Carmelitas, mas naqueles muros ela sentia que poderia se tornar santa, no entanto, não poderia ajudar ao próximo: “impedir pecados”; e sentindo uma grande repulsa pela clausura decidiu abandonar a vida monacal.
Com a expressão “Contempla e faça segundo o Modelo”, Santa Madalena cria as raízes para toda a espiritualidade Canossiana. Para ela, esta espiritualidade está alicerçada em um único lugar: o morro dos amantes, ou seja, no monte Calvário. Da cruz resplandece as virtudes máximas da Caridade: espírito de doçura, espírito de mansidão, espírito de zelo, espírito de humildade, espírito amabilíssimo, generosíssimo e pacientíssimo.
O nome que Santa Madalena escolheu para nós é “Filhos da Caridade” pois, “A Cruz de Cristo é o maior sinal do Amor de Deus. Filhos desse amor, o Crucificado é o nosso grande exemplar: como Ele devemos amar Deus só, o único bem de nossa vida, e o próximo até a morte” (RdV 12). “O Cristo Crucificado é a nossa regra de vida contemplemo-lo e vivamos do seu Espírito” (Rdv 11).
Santa Madalena nos seus escritos realça: “devo dar-lhes ainda a conhecer a vossa santíssima Fundadora, aquela que obteve de Deus a realização desta Obra. É Maria, a Virgem das Dores, constituída Mãe da Caridade, ao pé da Cruz no momento em que ela, ouvindo as palavras de seu Divino Filho agonizante, acolheu-nos a todos, ainda que pecadores, no seu coração”.
Destes dois modelos, O Crucificado e Nossa Senhora das Dores, aprendemos o estilo da nossa maneira de amar, “Caridade na humildade e Humildade na caridade”. Este lema da beatificação de Santa Madalena bem expressa o que ela escreve em suas reflexões sobre as comemorações do Preciosíssimo Sangue dando enfoque ao “espirito que deve animar os que desejam fazer parte de uma Congregação que deve brotar ao pé da Cruz, regada pelo Sangue preciosíssimo de Jesus e pelas lágrimas amarguíssimas de Nossa Senhora das Dores Mãe d´Ele para crescer toda embebida de amor, de correspondência, de reconhecimento e zelo.”